terça-feira, dezembro 18, 2012

Razão no. 18 - Centro Cultural e Biblioteca "Prof. Léo Sallum"

 
 
Assim como me surpreendi agradavelmente ao conhecer um pouco mais a nossa Biblioteca Central (minha razão no. 14), desta vez experimentei sensações antagônicas - a negativa e a positiva - ao visitar o Centro Cultural e Biblioteca "Leo Sallum".

Calma, não se apressem, explico já, já, qual foi a minha sensação negativa: foi a de tempo perdido por nunca ter conhecido esse importante centro de cultura e educação da nossa zona leste. Acompanhar pelas noticias não é suficiente, é preciso ir lá para ver.

A Andréia, coordenadora do Leo Sallum, foi muito simpática e atenciosa, explicando com orgulho o que representa o centro cultural.

Das atividades e cursos mantidos pela municipalidade, pode-se dizer que há muita procura pela população, e são eles:

- Informática: cerca de 100 alunos, incluindo da terceira idade (a procura maior é por pessoas acima dos 40 anos)
- Dança, incluindo ballet, jazz, baby: aproximadamente 80 crianças inscritas
- Desenho artístico e cartun: cerca de 50 alunos
- Pintura em óleo sobre tela: 24 alunos
- Karatê e capoeira: 40 alunos cada
- Canto: 40 alunos

Foto: Cláudio Mariano/Andréia Teodoro Pinto, extraída do site Piracicaba em Festa
Além desses, outros cursos são ministrados esporadicamente, como texturização sobre MDF, fotografia, desenho animado.
 
Ao conhecer o Leo Sallum, aproveitei para visitar a exposição que lá acontecia dos trabalhos da professora Beth Padovezi. Epa, ficaram confusos? Não sou eu, não. Eu sou a Bete Padoveze.


A Beth é artesã, professora de artesanato e artista barbarense, e tem aproveitado as suas artes para divulgar nossa cidade também.

Tela de Elizabete Santos, aluna de Beth Padovezi, retratando a Igreja Matriz de Santa Bárbara, em exposição no Leo Sallum (Foto: Bete Padoveze - out 2012)
Além das atividades culturais e esportivas, o Léo Sallum tem uma biblioteca com um acervo de 22.000 exemplares e 12.000 leitores cadastrados, com uma média mensal de 1.800 livros retirados.



Toda essa atividade cultural ajusta-se perfeitamente ao perfil de seu patrono, o professor Léo Sallum, de quem fui aluna. O Prof. Léo - José Assad Sallum - era um carismático dentista e professor de Ciências, que ministrava suas aulas de forma um pouco diferente dos demais. O seu propósito acima de tudo era incutir o espírito curioso, desejoso de saber nos seus alunos. Talvez fosse mais no espírito dos conceitos de ensino atuais do que daquela época.

Além de dentista e professor, foi radialista (tinha uma voz marcante) e político. Uma das curiosidades sobre ele é que, na década de 60, defendendo SBO no famoso programa  de TV "Cidade contra Cidade", do Sílvio Santos, foi o vencedor na prova cultural, confirmando o seu alto nível de conhecimentos sobre assuntos gerais. Faleceu em 17 de janeiro de 1999, aos 66 anos.


O Centro Cultural e Biblioteca "Prof. Léo Sallum" foi inaugurado em 21 de setembro de 2000,  tornando-se um dos importantes equipamentos de formação cultural de nossa cidade.

Endereço: Rua do Algodão, 1450 - Cidade Nova

Fotos: Bete Padoveze - outubro 2012




terça-feira, novembro 27, 2012

Razão no. 17 - Usina Santa Bárbara (antigas instalações)



Os prédios antigos e rústicos exercem uma atração inexplicável sobre mim. Das humildes casinhas até os grandes complexos, é coisa que não sei explicar muito bem. Talvez por não parecerem frios como os edifícios modernos. Talvez por esconderem histórias que eu, curiosa inveterada, anseio por conhecer. Talvez seja o mistério do desconhecido...

Construção na Usina Santa Bárbara (Foto: Bete Padoveze - out 2012)
Os barracões da antiga Usina Santa Bárbara têm isso: o charme das velhas construções e uma história inteira ligada à nossa cidade...
 
Antigas instalações da Usina (foto: Bete Padoveze - out 2012)
Sou das pessoas menos qualificadas para falar sobre a Usina Santa Bárbara, ou mesmo sobre as suas antigas instalações. Não vivi lá nos tempos áureos da cultura de cana-de-açúcar e produção de seus derivados em nossa cidade. Nem me lembro de ter sequer visitado o local quando criança. Não tenho os elos que muitos de meus amigos têm por terem vivido, ou trabalhado, ou virem de famílias que lá trabalharam.

A casa grande, hoje parte do patrimônio do município, retrata o ciclo da cultura canavieira em nossa cidade
Sei que falam com saudade e carinho dos velhos tempos, falam com amor.

Foto: Bete Padoveze - Maio 2011
Um pouquinho de história não faz mal a ninguém: começou lá pelos idos de 1877, quando o major João Frederico Rheder adquiriu do Barão de Tatuí, intermediado pelo Dr. Prudente de Morais, áreas da Fazenda São Pedro, o que marcou o início da fase canavieira da cidade. "Em 1883 foi montado o primeiro grande engenho. Em 1899 foi inaugurada a destilaria de álcool. Em 1902, a destilaria começou a dar lugar à usina de açúcar e álcool, inaugurada em 25 de julho de 1914." (dados do site da Secretaria da Cultura) (1)


Foto extraída do site da Fundação Romi
 
A usina funcionou até 1995, quando foi desativada. Além de estar muito próxima à área urbana, o que dificultava sua expansão e desenvolvimento, havia outras usinas de maior porte e do mesmo grupo em cidades próximas ou não muito distantes de Santa Bárbara. Mais tarde foi vendida e em 2005 os novos proprietários doaram parte dela ao município, incluindo os velhos barracões, numa espécie de permuta relacionada à implantação de loteamento de outra área para fins residenciais. 
O "Santão" da Usina (foto de 1940 do Strazdin, publicada no Jornal Diário de Santa Bárbara, 06/04/1996, edição 2344, p.12 - Recordando, extraída do site da Fundação Romi).

 
Estátua do Cristo Redentor, o "Santão da Usina", que ficava na estrada entre a cidade e a usina, e que hoje fica em frente à antiga igrejinha. A estátua, inaugurada em 1930, foi importada da França pela Família Alves.
 
As antigas instalações passaram a fazer parte do patrimônio do município e os antigos moradores foram deixando a colônia.
Casas de moradores da usina
Antigas instalações do Grupo Escolar Coronel Luiz Alves às margens da estrada velha de Piracicaba, hoje localizado na Vila Siqueira Campos (Foto: Bete Padoveze - Maio 2011)
Assim, os velhos barracões foram destinados pela municipalidade a abrigar festas e eventos, como a Feira das Nações, a Festa da Negadinha, exposições, desfiles, encontros, etc...

 

Primeira Caminhada Cultural - março 2010 (Foto: Bete Padoveze)
Foto Eduardo Deffanti - junho 2012
Festa da Negadinha Junho 2012 (foto Luís Eduardo Deffanti)
Ao visitar as antigas instalações da Usina Santa Bárbara, ficamos curiosos por conhecer o perfil econômico de nossa cidade durante o ciclo canavieiro, do qual participaram também as usinas Cillos, Azanha e Furlan, esta última a única que ainda está em funcionamento.  
 
Hoje, de todo esse periodo, quase tudo é só lembrança e saudade...
 
(1)  Os dados históricos foram pesquisados nos sites da Secretaria da Cultura de Santa Bárbara d’Oeste e da Fundação Romi.
(2)  Negadinha da Usina: grupo de antigos moradores de trabalhadores que mantém acesa a memória dos velhos tempos
 
 

quinta-feira, novembro 15, 2012

Razão no. 16 - Noite de Vigília pelo Brasil


As tradições religiosas de um povo retratam uma parte importante da personalidade de seus indivíduos e da alma coletiva. Em momentos de sofrimento e angústia as pessoas procuram abrigo nas suas crenças e forças na sua fé, e nas grandes celebrações agradecem as bençãos recebidas.
Em 2012 foi realizada a 41a. Noite de Vigília
Em todo o mundo, muitas das festas populares mais tradicionais tem sua origem na celebração de santos ou de importantes datas religiosas.

Imagem de Nossa Senhora Aparecida na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em Santa Bárbara (Foto: Bete Padoveze - outubro 2012)


Em nossa cidade, há 41 anos, por inspiração e iniciativa do padre Arthur Sampaio, iniciou-se uma tradição religiosa que perdura até hoje: a Noite de Vigília pelo Brasil. 
Programação da 7a. Noite de Vigilia, realizada em 1978 (Jornal "Edição Barbarense" - recorte extraído do site do Cedoc da Fundação Romi)
Com o objetivo de reunir os fiéis numa oração pela Pátria, a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida promove anualmente missas durante toda a noite do dia 11 para 12 de outubro, data em que o país todo, em feriado nacional, presta homenagem à sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida.
Interior da Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida (Foto: Bete Padoveze - 12.10.12)

Matriz de Nossa Senhora Aparecida (foto: Bete Padoveze - novembro 2012)

Imagem de Nossa Senhora Aparecida em azulejos na lateral da igreja (Foto: Bete Padoveze - novembro 2012)
Em 1972 realizou-se a primeira Noite de Vigília, com ampla divulgação na comunidade religiosa de todo o país, atraindo um número muito grande de fiéis às missas de hora em hora celebradas por sacerdotes convidados. Desde então, essas missas também passaram a ter uma intenção especial para diferentes grupos como crianças, doentes, idosos, etc.

Noite de Vigília em 1972 (foto extraída do site do Cedoc da Fundação Romi)

Noite de Vigília em 1985 (foto extraída do site do Cedoc da Fundação Romi)
Outras atividades paralelas acontecem durante a Noite de Vigília – que dura praticamente um dia inteiro - como a abertura oficial do evento, venda de pedaços do bolo de Nossa Senhora, recitação do Rosário, coroação de Nossa Senhora Aparecida. Na verdade, o evento começa um mês antes, com a peregrinação da imagem de Nossa Senhora pelas capelas da paróquia.
Muitas pessoas participam de várias missas e, como a noite é longa, podem contar com alguma comida para manter a energia
A Noite de Vigília de Oração pelo Brasil não é uma festa, é um evento de religiosidade, que propicia a reunião de pessoas que querem dar a sua contribuição espiritual, que buscam através da oração e meditação uma solução para as dificuldades diárias da vida de cada um e da nação com um todo.
Altar da Igreja Nossa Senhora Aparecida
 Endereço da Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida: Rua Joaquim Azanha Galvão, 18 - Vila Linópolis
 
 

quarta-feira, novembro 07, 2012

Razão no. 15 - Flamboyants


O flamboyant é uma árvore de origem africana (Madagascar), considerada uma das mais belas do mundo. Seu nome científico é Delonix Regia e recebe outras nomes populares como acácia-rubra, árvore flamejante, flor-do-paraíso, pau rosa.
Caminho dos Flamboyants
Seja isolada, seja próxima a outros exemplares do mesmo tipo, seja formando alas ou se entrecruzando para formar verdadeiras coberturas naturais, a sua majestade domina a paisagem. 

Usina Santa Bárbara

Árvore frondosa, sua copa pode ser muito mais larga que a sua altura, que chega a 12 metros. Quando adulta, seu tronco forte pode ficar retorcido, impondo respeito e reverência.
 
Caminho dos Flamboyants
Suas raízes são profundas e agressivas e dominam a área adjacente... 
Caminho dos Flamboyants

...e o colorido intenso de suas flores 

Caminho dos Flamboyants



...traz beleza e calor à fria paisagem urbana.
 
Prefeitura Municipal

 Adulta, cumpre o seu papel de oferecer sombra e beleza a quem passa... 

Caminho dos Flamboyants

Ainda jovem já inicia a sua promessa de transformar a cidade, 

Rua Monte Líbano (paralela à Rodovia SP-306)
...em tons de amarelo-alaranjado, laranja e vermelho.
Rua Monte Líbano



À margem da rodovia SP-306, que liga SBO à Iracemápolis, e dando acesso à antiga Usina Santa Bárbara, fica um dos cartões postais mais bonitos da cidade - o Caminho dos Flamboyants.
Quem viveu aqueles tempos da Usina Santa Bárbara, ou morou na colônia dos seus empregados, já percorreu aquele caminho colorido e bucólico que deixou saudade e boas lembranças - caminho de terra batida ladeado de flamboyants flamejantes. Beleza que já parecia esquecida...
Hoje o Caminho dos Flamboyants está revitalizado e pavimentado com bloquetes de concreto, numa extensão de 450 metros, cortando uma área residencial em desenvolvimento e ainda conduzindo às antigas instalações da usina.



É surpreendente conhecer os flamboyants de Santa Bárbara, que se revezam com os ipês na decoração de nossa paisagem urbana e rural. Se tiver uma oportunidade, pare, observe, tire uma foto, escreva um poema, faça uma música... Ou apenas guarde essa beleza na memória e no coração...
                   
  
(1) O álbum SaBad'O (1999), de Sérgio Augusto Sárapo, canta Santa Bárbara, seus cenários e personagens em ritmo de bossa nova.
(2) Fotos: Bete Padoveze - outubro 2012


Atualização:  No dia 19 de agosto de 2013 foi realizado o ato de conclusão do projeto de recuperação e revitalização do Caminho dos Flamboyants. Com a implantação do loteamento Dona Margarida pela empresa Terras do Engenho Empreendimentos Ltda, a alameda, marco do primeiro tombamento municipal, foi preservada por meio do Decreto no. 3.641 de 11 de abril de 2006.

Desde então, a via recebeu a instalação de piso intertravado com galerias para captação de águas da chuva em todo o leito carrocável, execução de passeios ao longo do caminho em pedra mosaico português, instalação de holofotes e postes para iluminar os flamboyants, caminho e praças, plantio de espécies de forrageiras como grama amendoim, lambari e azulzinha (espécies para sombra), substituição de alguns flamboyants, além da construção de quadra poliesportiva e instalação de playground. 

O prefeito Denis Andia falou sobre a importância do ato para a história do município:"O caminho é uma marca histórica da nossa cidade. Milhares de pessoas e famílias passaram por aqui ao longo da história. Hoje é um dia importante pela entrega deste caminho, devidamente revitalizado e recuperado. Trazemos de volta ao seu melhor momento este espaço tão precioso para muita gente aqui na cidade".


Fotos extraídas do site da Prefeitura Municipal de S.B. d'Oeste

quarta-feira, outubro 31, 2012

Razão no. 14 - Biblioteca Municipal


Santa Bárbara d'Oeste tem três bibliotecas públicas: a que está instalada no Centro Cultural Prof. Léo Sallum, a que fica no Caic Irmã Dulce e a que fica na área central (na Praça 9 de Julho, em frente ao Museu da Imigração), denominada Biblioteca Pública Municipal Maria Aparecida de Almeida Nogueira.

Confesso que, das três, eu conhecia apenas a última, que por sinal foi a primeira a ser criada em nossa cidade, em 15 de junho de 1968.

Foto: Bete Padoveze - agosto 2012
O prédio que atualmente abriga a Biblioteca Central foi inaugurado em 1940 e anteriormente continha as instalações do Paço Municipal. Com a transferência da sede do governo da cidade para o prédio ao final da Avenida Monte Castelo, em 08 de maio de 1981 passou a abrigar a biblioteca.

Balcão de atendimento de frente para as belas janelas
 Foto: Bete Padoveze - outubro 2012
A denominação "Maria Aparecida de Almeida Nogueira" foi oficializada através do decreto 928/76, por indicação do vereador José Rego, em homenagem à professora Cidinha Nogueira, que muito ajudou na constituição da biblioteca. Embora não fosse barbarense, Cidinha Nogueira, filha do conhecimento médico e político Dr. Felício Nogueira e figura de destaque na cidade, exerceu atividades no meio educacional, cultural e jornalístico. Faleceu prematuramente em 1974, aos 34 anos de idade, vítima de acidente em São Paulo (1).

Cidinha Nogueira  (Foto: blog do prof. Emer Nogueira)
É muito comum ouvir-se que hoje as pessoas não lêem livros. De fato, dados da edição de 2012 da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (da Fundação Pró-Livro e Ibope Inteligência) mostram que nos últimos 4 anos (2007 a 2011) o número de leitores no Brasil caiu 9,1%. É triste, mas é real.

Uma das razões é que hoje dispomos de mais meios de informação, o que de uma certa maneira oferece um consolo. O que me preocupa mais não é o número maior ou menor de leitores, e, sim, a qualidade do material oferecido à leitura. Um bom e bem escrito livro ainda é, mais do que fonte de entretenimento, a base da formação da expressão oral e escrita de cada pessoa.

Bem, de volta à nossa biblioteca. Conforme informação da bibliotecária Roseli Tassi Tureta, há cerca de 50.000 exemplares à disposição, atraindo uma média de 3.500 leitores ao mês, representando um importante acervo para quem pesquisa ou procura um livro para cultura e lazer. Frequentemente são adicionados novos títulos, que atendem às necessidades das mais variadas faixas etárias.


Na biblioteca central, assim como nas demais bibliotecas do município, há também o balcão de trocas, um espaço reservado para troca de livros que já existem no acervo das bibliotecas, com livros dos usuários. As bibliotecas também recebem livros em doação, para serem incorporados ao acervo existente.

Fotos: Bete Padoveze - outubro 2012
Além de anexo destinado à literatura infantil, a biblioteca central possui sala de pesquisa, com computadores disponíveis para os usuários,...


Fotos: Bete Padoveze - Outubro 2012
 ... e uma sala para leitura de periódicos. Por falar em periódicos, há um acervo histórico dos jornais da cidade, todos muito bem preservados e encadernados.

Foto: Bete Padoveze - outubro 2012
Além da evidente importância para a manutenção do nível cultural de nossa cidade e criação de hábitos de leitura nas novas gerações, a Biblioteca Central ajuda a manter preservado o patrimônio arquitetônico da cidade.

A biblioteca com nova pintura (Foto: Bete Padoveze - outubro 2012)

(1) Fonte: Jornal d'Oeste, ed. 04/07/76

Endereço: Rua João Lino, 362 - Centro
Horário de funcionamento: 2a. a 6a. feira das 9 às 18 horas
                                        sábados das 9 às 12 horas.