quinta-feira, julho 26, 2012

50 Razões para amar SBO



Pergunto-me às vezes se Santa Bárbara é a cidade dos meus sonhos, se é aqui, onde nasci, que pretendo passar o restante de minha vida. Muitos barbarenses procuram outros lugares onde possam fazer o seu futuro e é  lá que se sentem  felizes, como se esses outros lugares os esperassem chegar.
Aqui nasci e vivi por toda a minha. Aqui nasceram os meus filhos e aqui estão as raízes de minha família. 
Foto extraida do blog Voz Ativa Madrigal
Enquanto duvido e questiono, procuro achar as razões para amá-la. Diz um ditado que só se ama quem se conhece. E ao tentar conhecê-la, reconheço as minhas faltas e os meus anseios, como em qualquer outra relação de amor.
Vista do Parque dos Ipês (foto extraída do Wikipedia Commons)
Ao elencar o bom, percebo que posso achar muito do mesmo em qualquer lugar, até melhor. Mas amor não se explica – se sente. E as minhas razões são apenas uma forma de compreender os sentimentos.

Foto pot Luís Eduardo Deffanti - ago 2012
Foto por Luís Eduardo Deffanti - ago 2012
Vou começar pela 1a. razão, que é, talvez, a principal razão pela qual as pessoas amam a cidade onde nasceram: a casa dos pais.

    Clique:

Razão no. 1: A casa de meus pais

Razão no. 2 - Teatro Manoel Lyra

Razão no. 3 - Estação Cultural

Razão no. 4 - Cemitério do Campo

Razão no. 5 - CEDOC Centro de Documentação da Fundação Romi

Razão no. 6 - Museu da Imigração

Razão no. 7 - Parque dos Ipês

Razão no. 8 - Desfile de 7 de setembro

Razão no. 9 - Feira Livre

Razão no. 10 - Romisetta

Razão no. 11 - Hino de Santa Bárbara d'Oeste

Razão no. 12 - Parque Araçariguama

Razão no. 13 - 'Causos' de SBO - A praga do padre

Razão no, 14 - Biblioteca Municipal Maria Aparecida de Almeida Nogueira

Razão no. 15 - Flamboyants

Razão no. 16 - Noite de Vigília pelo Brasil

Razão no. 17 - Usina Santa Bárbara (antigas instalações)

Razão no. 18 - Centro Cultural e Biblioteca "Prof. Léo Sallum"

Razão no. 19 - Museu da Água

Razão no. 20 - Corporação Musical União Barbarense

Razão no 21 - Descendência Italiana

Razão no. 22 - Grupo Escoteiro Uirapuru

Razão no. 23 - Feira das Nações

Razão no, 24 - Orquestra Barbarense de Violas

Razão no. 25 - Festa da Negadinha da Usina

Razão no. 26 - Igreja Matriz de Santa Bárbara

Razão no. 27 - Cia. XekMat & Casa Encantada

Razão no. 28 - EE José Gabriel de Oliveira e seus 100 anos de atividade

Razão no. 29 - Rede Feminina de Combate ao Câncer - Outubro Rosa

Razão no. 30 - Praça Central: dois nomes no coração da cidade


Razão no. 31 - União Agrícola Barbarense Futebol Club - 100 anos em 22.11.14

Razão no. 32 - O Sotaque Barbarense

Razão no. 33 - FolkDanci Group

Razão no. 34 - Dona Margarida da Graça Martins, uma mulher à frente do seu tempo

Razão no. 35 - Alameda dos Seresteiros - Seresteiros de SBO

Razão no. 36 - Ruas enfeitadas para a procissão de Corpus Christi

Razão no. 37 - Encontro dos Joãos - Clube dos Joãos

Razão no. 38 - Circuito Santa Bárbara - Caminhada Cultural

Razão no. 39 - Os ipês de Santa Bárbara

Razão no. 1: a casa de meus pais


Nasci numa pequena casa no centro da cidade, à Rua General Câmara (não vou revelar quando, embora possa me trair nos detalhes), insuficiente para a família de oito pessoas que éramos. Quando ainda era pequena nos mudamos para uma casa maior na Vila Linópolis, que ainda hoje é a casa da família.

Todo mundo arrumadinho para a foto
A rua não tinha asfalto nem calçadas e a nossa casa era muito simples. Mas era nova, muito maior que a anterior, e tinha tudo o que precisávamos na época. Quintal, espaço, um quarto para as três meninas e um para os três meninos. Podíamos ter gatos, cachorro, hamster, plantar milho, batata, verduras, flores, mamão.

A casa mudava de tempos em tempos para acomodar novas necessidades. Mais um bebê (a sétima criança), avós, tios, familiares que viveram temporariamente lá. Meus pais tinham a porta e o coração abertos para ajudar, e o faziam de forma desinteressada.

Hoje nela vivem apenas minha mãe e meu tio, mas as paredes ainda guardam a presença de meu pai  -  quase sempre espero vê-lo no vão de entrada da cozinha, ou sentado numa das cadeiras de nylon da garagem, lendo o seu jornal.


Na sala, santos, relógios e muitas fotos de momentos especiais da família. Num canto especial, a foto dele predomina.


A presença de meu pai também é forte no viveiro das orquídeas que ele tanto amou e que minha mãe se esmera em manter deslumbrantes.


Gosto de olhar os muitos vasos e plantas por toda parte, gosto da maneira como minha mãe vai enchendo de cor e vida toda a casa.





O quintal hoje é um pouco menor do que nos nossos tempos de criança, pois cedeu lugar a um rancho onde acontecem almoços alegres e ruidosos e, como convém a uma família de raízes italianas, há sempre muita comida na grande mesa recoberta de mosaicos, obra artesanal de mosaico feita a muitas mãos (filhos, genros, noras e netos).


As gestoras do projeto foram a Tere e a Kasy (Maria Clara)
É ali, naquela casa cheia das raízes mais profundas do passado, que reencontro o meu princípio. É ali que me sinto mais intensamente ligada à minha cidade natal.

É ali, prá mim, que Santa Bárbara d'Oeste começa.

terça-feira, julho 24, 2012

Retrato de minha mãe


Dona Aurora é minha mãe e a divido com outros seis irmãos. Desenhar o seu retrato não é difícil, já que adjetivos não lhe faltam, mas também não é tarefa desprovida de uma certa complexidade.

Na festa de 80 anos em 2010
A vó Aurora, como a chamamos, é daquelas pessoas que nunca param, é uma batalhadora que surpreende pela força muitas vezes escondida na fragilidade. Aos quase 82 anos de idade, alterna momentos de jovialidade e de extremo cansaço, mas o que realmente nos pega de surpresa é como retorna desses momentos de vulnerabilidade, de perdas dolorosas, com renovada energia.

Ao longo da vida de 54 anos com meu pai, formou com ele uma verdadeira equipe de trabalho, cuidando da família de forma coesa e determinada. Com ele lutou muito, passeou, dançou, viajou, ajudou pessoas, viveu uma vida plena. Nos primeiros anos sem ele, minha mãe murchou e perdeu muito de seu entusiasmo, que aos poucos foi recuperando e que ainda a motiva para continuar fazendo planos e projetos.
Casamento em 08 de janeiro de 1949
João e Aurora em Cajueiro
João e Aurora
Há coisas verdadeiramente admiráveis na personalidade da Dona Aurora, como sua disciplina para realizar seus trabalhos e assim manter a sua vida em ordem, mesmo com a ausência de nosso pai; sua determinação que faz com que mesmo cansada consiga dar conta de seus projetos; sua consciência de dever e família e de sua missão de mãe.
Viagem inesquecível a Aparecida do Norte, depois Santo André e Santos - 3 dias viajando de táxi - o casal Aurora e João, Marta, Padu, Clóvis. Tere, Bete e Tico, em 1961.

Claro que ela não é só qualidades - como todos, tem defeitos - e como filha eu os conheço bem... Mas aos defeitos numa mulher de 82 anos podemos chamar de detalhes da personalidade, peculiaridades, distrações no caminho da vida, traços que dão colorido a um ser humano rico de contribuições positivas. Defeitos? Vamos deixá-los de lado.

Minha mãe é vaidosa - e este não é um de seus defeitos. O que ela tem eu chamo de auto-estima, que a faz estar sempre caprichada nas suas roupas (que ela mesma costura) e, desde que me lembro, não a deixa esquecer de passar um creme no rosto, um batom, cuidar do cabelo, etc.

Sempre fui impressionada pelas suas habilidades manuais - ela costura, borda, tricota, crocheta. Já fez macramê, frivolité, inhanduti, tricô de tear, à mão e à máquina. Costurou os vestidos de noiva de três das quatro filhas,  vestiu com seus trabalhos cheios de amor filhos e netos.

Seu raciocínio para essas artes todas, envolvendo muita matemática na solução das suas equações, é rápido e intuitivo, inacreditável para quem foi por tão pouco tempo à escola. Na cozinha, os pratos são simples e bem feitos - faz o melhor bife à milanesa do mundo!

Hoje falo de minha mãe que beira os 82 anos e descrevo o retrato da mulher que a vida moldou. Mas as fotos antigas me falam de outras coisas - falam da mulher jovem e bonita, com pose de artista de cinema, com aquele ar orgulhoso e feliz ao lado do meu pai e dos filhos.
Estação da Luz - São Paulo, em 1959 - casal Aurora e João, Tere, Tico e Bete
Determinada, sem dúvida
Ela ainda é bonita, ainda se cuida, ainda faz planos, ainda tem expectativas. E este são os sinais de uma mulher que ainda não envelheceu por dentro e, sim, continua esperando da vida tudo o que a vida ainda pode lhe dar...

Feliz aniversário de 82 anos, Dona Aurora!         17 de agosto de 2012
Formatura do Breno em 2005 (Edu, Vó Aurora, Breno e Bete)
Na pizzaria com os bisnetos Frederico e Bárbara em setembro de 2011
Videos:

Aurora fazendo bolo de cenoura (a receita escrita por ela mesma segue abaixo - contribuição da Kelita)


Em 2011, no casamento da neta Janaina, abraçada ao neto André

Com os bisnetos no aniversário de 80 anos


 

domingo, julho 15, 2012

Caiubi - Expedição Fotográfica e Histórica


Passei a manhã de 14 de julho num programa diferente, organizado pelo Cedoc - Centro de Documentação da Fundação Romi. O projeto incluiu oportunidades fotográficas e informações sobre o Bairro Caiubi, especialmente sobre os achados no sítio arqueológico da região (atribuidos ao Padre Antonio Toloi Stafuzza, em 1979), vestígios da existência de povos pré-históricos à margem do Rio Piracicaba, há mais de 2000 anos. (No Cedoc pode-se ver alguns desses artefatos resgatados).



A parada do ônibus foi no Vale das Cigarras, em frente à Capela Santa Luzia, construída em 1920 por Antonio Angolini.


O lixo depositado ao seu redor não tira a beleza e a majestade da árvore
O caminho pelo Vale das Cigarras, além de saudável exercício para as pernas, encantou os olhos com o fantástico azul do céu.




Do Vale das Cigarras pode-se ver a fumaça das chaminés da Usina Furlan

Uma parada para admirar as flores ...



...os pássaros...


... e gatos famintos e perdidos pelo caminho.

O gato Frederico e Nanda, sua protetora.
Outra parada para organizar o grupo na estação elevatória de tratamento de esgoto, ainda no Vale das Cigarras.




Após a ponte sobre o Rio Alambari, que nasce em Rio das Pedras e se junta ao Piracicaba, ...


... finalmente o Bairro Caiubi e sua única rua, as casas simples, o Núcleo de Educação Ambiental Fioravante Angolini (construído na década de 40), a linha do trem que não passa mais lá.






O Sr. Ari Gonçalves Mendes conta as estórias de tempos passados e aos 74 anos ainda planta a sua rocinha de milho
O céu riscado de azul e branco emoldurou as nossas fotos e fez da expedição uma experiência a ser repetida!